De LA JUNTA (voltando de Queulat) até Coyhaique - 285 km rodados hoje, dos quais 87 km de rípio. Total de viagem: 908 km, sendo 372 km no rípio.
1) Começo este relato muito emocionado com o trecho de hoje. Não me vem a cabeça nenhum superlativo que traduza as belezas naturais que acabamos de ver. Deus exagerou na dose quando criou isso aqui. Esta região do Chile é muito diferenciada. Só me lembro de ter visto algo parecido no cinema, em filmagens feitas nas montanhas canadenses ou no Alasca. A Patagônia chilena não se parece em nada com a argentina, que é muito árida, com ventos fortíssimos. Por aqui os ventos são brandos e prevalece a floresta fechada, com árvores robustas, muita umidade e chuvas diárias. Vimos diversas cachoeiras caindo das montanhas geladas e muitos rios nervosos de águas azuladas, que se oxigenam nas pedras que surgem pelo caminho.
2) Pilotamos 7 horas para trafegar a quilometragem de hoje, de apenas 285 km. Há justificativas plausíveis para esta média baixíssima: a) 5 h de chuva gelada, com temperaturas baixas; b) a parte de rípio tinha muita lama, pedras e poças d´água; c) muitos trechos interrompidos por causa das obras na rodovia; d) curvas e mais curvas em caracóis; e e) paramos dezenas de vezes para fotografar e filmar a natureza exuberante do caminho (nesse quesito, todos os meus parceiros são excepcionais. Curtem cada pedacinho da estrada, fotografando tudo).
3) Chegamos, por diversas vezes, muito próximos aos cumes gelados. E isso não tem preço!
4) Estamos no hostal Gladys, muito bem localizado. O único problema é que a dona do local parece ter Transtorno Obsessivo Compulsivo com limpeza. Uma velha chata e grosseira, que reclama o tempo todo. Se não fosse o fato de já termos desmontado nossas bagagens, tomado banho etc., teríamos procurado outro lugar.
5) Coyhaique, até aqui, foi o único lugar que guarda, de fato, características de uma cidade. Trata-se da capital regional de Aysén, com excelentes serviços e cassinos. As demais localidades podem ser consideradas vilarejos. Todas muito bonitas e agradáveis.
3) Chegamos, por diversas vezes, muito próximos aos cumes gelados. E isso não tem preço!
4) Estamos no hostal Gladys, muito bem localizado. O único problema é que a dona do local parece ter Transtorno Obsessivo Compulsivo com limpeza. Uma velha chata e grosseira, que reclama o tempo todo. Se não fosse o fato de já termos desmontado nossas bagagens, tomado banho etc., teríamos procurado outro lugar.
5) Coyhaique, até aqui, foi o único lugar que guarda, de fato, características de uma cidade. Trata-se da capital regional de Aysén, com excelentes serviços e cassinos. As demais localidades podem ser consideradas vilarejos. Todas muito bonitas e agradáveis.
Mas não quero ser redundante falando maravilhas de uma mega maravilha. Vamos às fotos de hoje.
Existem estradas... |
Trecho de rípio sob chuva |
Rípio e lama |
Trecho em obras |
Imagens do caminho |
Lago La Torre |
Flávio, Eduardo, Enrique e Pascal |
Imagens do caminho |
Imagens do caminho |
DE COYHAIQUE A PUERTO RIO TRANQUILO - Quilometragem de hoje: 236 km, sendo 135 no rípio. Quilometragem acumulada na viagem: 1144 km, dos quais 507 km no rípio.
Até o fim da Carretera não haverá mais pavimento, desde Villa Castillo. Quase não falo do Pascal porque ele é tipo "comequieto"... Só observa!
1) Hoje foi o dia das “parcerias” e da paciência. Ontem Enrique havia furado o pneu. Se fosse no Brasil teríamos colocado aquele “macarrãozinho” para tapar o furo, mas ele, como chileno, resolveu vulcanizá-lo. Esse serviço só terminou depois das 13 horas. Logo ao sair, ele resolveu comprar uma bomba elétrica de encher pneus. Quando tentou usá-la descobriu que o seu plug automotivo não funcionava. Claro que nosso engenheiro mecânico, Eduardo Arrivabene (o próprio McGuiver) resolveu tudo, porque o problema era um fusível 15A que estava queimado. Depois, ao tentar pegar a estrada, um parafuso do capacete articulado do Enrique soltou-se embaixo do isopor que protege a cabeça. Lá se foi mais uma hora. Arrivabene resolveu tudo. Cheguei à conclusão que se dermos um cotonete para o Eduardo, ele será capaz de construir uma bomba atômica.
2) Sim, no meio do rípio entre Villa Castillo e Puerto Tranquilo encontramos uma família de 9 pessoas numa SUV 4x4 com o pneu arriado. Enrique usou sua bomba novinha para socorrê-los. O motorista deste carro havia destruído 2 rodas em apenas 90 km de rípio.
3) UAU, LEVEI O PRIMEIRO TOMBO!!!!!! Não me passava pela cabeça fazer mais de mil km no rípio sem levar um tombinho. O problema foi que eu caí no trecho mais “mamão-com-açúcar” até aqui. Isso apenas prova que a Lei de Murphy funciona o tempo todo. Não se pode relaxar nesse tipo de piso. Enrique estava na minha frente a mais de 80 km/h levantando uma poeira danada. Perdi completamente o campo de visão numa subida íngreme. E, de repente, surgiram na minha frente dezenas de pedras “modernistas” (comparadas àquela “pedra no meio do caminho”, do Carlos Drummond de Andrade). Levei um tombaço cinematográfico!!!! Mas está tudo bem. Estou adequadamente vestido para este tipo de contratempo. Se quiserem visitar a fazenda (ou latifúndio) que comprei, ela se localiza no km 41 depois de Villa Castillo (Obs.:“comprar fazenda” é uma expressão dos motociclistas off road, que significa levar um tombo).
Fotos de hoje:
Eita, estradinha difícil... Mas deve valer muito a pena! Abraços a todos! Tati.
ResponderExcluirEstou babando aqui nas fotos! Natureza lindíssima! Parabéns mais uma vez, xará!
ResponderExcluirImpagável!!
ResponderExcluirAmigo, fala verdade: que privilégio ser batizado assim en la Carretera!!
Disse tudo, amigo. Não é qualquer um pode contar para os netos a respeito dos tombos na Carretera Austral, particularmente pelo fato de ela estar sendo rapidamente pavimentada. Até setembro de 2015 só haverá rípio mais para o sul. O território selvagem perde espaço para o desenvolvimento (sempre). Talvez seja bom, mas valeu a pena estar aqui antes que isso aconteça!
ExcluirDisse tudo, amigo. Não é qualquer um pode contar para os netos a respeito dos tombos na Carretera Austral, particularmente pelo fato de ela estar sendo rapidamente pavimentada. Até setembro de 2015 só haverá rípio mais para o sul. O território selvagem perde espaço para o desenvolvimento (sempre). Talvez seja bom, mas valeu a pena estar aqui antes que isso aconteça!
ExcluirParabéns! Flávio, lindas fotos com lindas paisagens!
ResponderExcluirUma vez mais, uma descrição empolgante de trechos da viagem. Parabéns Flávio e ao "McGuiver".
ResponderExcluirParabéns Flavio. Não deixe o nariz congelar. Lindas fotos. Aproveite. Boa viagem.
ResponderExcluirVer com os próprios olhos a beleza da mãe Terra não tem preço. Mas, para nós, espectadores, nada melhor que ter alguém a nos retratar, com maestria, os traços e contornos das montanhas, vales e rios, molduras desse cenário latino-americano, que nos apaixona. Parabéns, Flávio! Avante, galera! Dino
ResponderExcluirFlavio, ainda, " ainda" não nos conhecemos pessoalmente, mas qquer hr cruzaremos pelas estradas.
ResponderExcluirFantastica sua viagem, alias, todas as viagens sempre são fantásticas, mais ainda a próxima.
Parabéns pelo feito ( pena o falecimento de sua mãe, passei por situação semelhante em 2013 ), mas Deus esta conosco
Grande abraço
Sou o David de Ribeirão Preto, nos falamos muito no final de 2013, vc deu varias dicas sobre Ushuaia.
ExcluirBela aventura e muito agradável relato. É uma leitura que merece bis e aplausos.
ResponderExcluirValeu, Flávio! Forte abraço.
Bacana este relato, tenho estudado este percurso para planejamento de viagem, quanto mais informação melhor.
ResponderExcluirParabéns e obrigado.
Bacana este relato, tenho estudado este percurso para planejamento de viagem, quanto mais informação melhor.
ResponderExcluirParabéns e obrigado.