ÚLTIMOS DIAS

De 13 a 16 de janeiro de 2015

COYHAIQUE, OSORNO E SANTIAGO

1) Ficamos exauridos com o trecho de 2 dias dentro caminhonete rípio afora. Cristian conduzia o veículo muito devagar, às vezes precisando de 3 h para fazer míseros 100 km. O balanço da viagem, os baques constantes, a absoluta impossibilidade de cochilar nessas condições, nos fez pensar duas vezes se valia a pena encarar outros 2 dias inteiros até Osorno. Decidimos tentar um voo de Coyhaique para Puerto Montt e algum transporte por terra de lá para Osorno. Assim o fizemos. Pegamos o avião das 11 h e partimos.

2) O cansaço é crescente à medida que os dias passam longe das motos. Há uma pequena frustração por detrás desse cansaço. Nosso planejamento era rodar outros 1200 km, conhecer Chile Chico, fazer a travessia completa de barco do Lago General Carrera (o maior do Chile), cortar a Ilha de Chiloé de ponta a ponta etc. Isso não será possível por causa da porcaria da moto que nos alugaram. Já tive problemas com a BMW GS 650 na Bolívia. Naquela ocasião foi a bobina e a bateria, mas não fiquei na mão a ponto de prejudicar o projeto. Não tenho a menor confiança nesta moto para viagens longas!!!!! Perdoem-me quem a possui, mas 90% dos problemas que tive em viagens de moto ocorreram exatamente com essa GS650. 

3) Com o passar dos anos, aprendi a ter um "olhar gentil" sobre os problemas que nos chegam. Contratempos fazem a aventura se tornar mais grandiosa. Nossa frustração não é relevante diante da intensidade dessa experiência. Estamos voltando felizes para casa!

4) Enquanto eu estiver saudável e retornando bem para meus familiares e amigos, "Nariz e Sorte" continuará sendo meu lema. Continuam intactos, apesar das dificuldades desta aventura.
5) Nos últimos 6 dias de viagem nossa paciência foi bastante testada. Praticamente 2 dias dentro da caminhonete; 2 dias de espera em Osorno; e 2 dias dentro do aeroporto. Foi a parte mais sonolenta e desgastante da viagem até aqui. Muito melhor ficar moído em cima da moto do que a maresia da espera. Em Osorno fizemos amizades pelos derredores da MotoAventura, onde alugarmos as motos, que é a empresa representante da BMW aqui na região. Gastamos boa grana em equipamentos BMW, que custam aproximadamente 1/3 do valor cobrado no Brasil. Estou mais equipado para minha próxima viagem.

Na barcaça que fez a última travessia, entre Caleta Rio Bravo e Puerto Yungay 

Na frente do El Chef, em Osorno

Arrivabene no trecho solo (de 400 km)

Com Anna (motociclista suíça) e Lorena (comandante do El Chef)

Com Ricardo, motociclista paulista que viajava sozinho para Ushuaia

Anna, motociclista suíça, 2 meses de viagem solitária pela América do Sul